domingo, 11 de janeiro de 2009

O fim do destacamento 37

Portanto, era o general, hoje encerramos nossas atividades por cá, nessas bandas. Gostaria muito de agradecer a participação patriota de todos aqui presentes. E o cabo ali suando, esperando que o discurso acabasse e tudo aquilo ali fosse o fim daqueles meses de penúria e desolação na selva - pátria o caralho, esse filho da puta ficou no bem bom com uma índia chupando o seu paw o dia inteiro. Entretanto, continuava o comandante, também não posso olvidar - que porra de verbo é esse, pensou o tenente. Bom, já era muito ele ter identificado o termo como um verbo, saber o significado, realmente, seria uma espécie de ultraje com as forças armadas. Continuando a história com um flashback escrito, porém traduzido: Entretanto, não podemos esquecer do quanto fomos bem acolhidos pelos nativos. Esperávamos certa hostilidade, afinal, mesmo sendo membros da federação e aqui ser uma área federal, eles poderiam se sentir invadidos - e como, lembrou com certo tesão o capitão. E hoje, podemos ser consideramos bravos guerreiros do melhor batalhão de fronteiras dessa nação. Não há indício algum de que qualquer outro destacamento militar em todos este país tenha conseguido evitar tantas mazelas à pátria quanto nós. Dizem, sorriu alegre para o coronel ao seu lado, que inclusive, esse que vos fala será nomeado novo ministro do exército, uma honra não só para mim, mas principalmente, para vocês, meus homens - putaquepariu, pensou o tenente de novo, esse filho da puta comeu todas as índias, não fez sequer uma manobra física e agora fica tirando onda. Antes que o último suspiro do comandante saísse de suas feições, o major ergueu ser braço direito e pediu, com todo o protocolo, a palavra. Como o senhor general muito bem sabe, em nossas forças armadas, a sinceridade e o respeito são duas coisas que custumam andar juntas - ora na falta, ora no exercício. E depois de ouvir de vossa boca tão majestosa notícia, não posso... digamos, me olvidar, que como muito bem disse o senhor, de relatar a todos, inclusive a este jornalista que nos acompanha - seu humilde narrador, as verdadeiras intenções de nosso destacamento. Somos sim, muito mais do que um grupo de elite da sociedade, somos sim, muito mais do que gratificados com o nosso comandante sendo elevado ao segundo posto mais alto de nosso exército - só perde para o presidente, lembrou silenciosamente algum dos presentes. Gostaria muito de agradecer ao nosso general, futuro ministro de nossa amada pátria, por toda a sacanagem que ele nos brindou, trazendo índias virgens e baratas, nos levando à verdadeiras noites bolivianas, com muito pó e chachaça e claro, não poderia deixar de, novamente, olvidar, as várias vezes em que negligenciei a fartura de tão condecorado rabo a minha espera. Bufando o general estava sendo contido, mas o clima de sinceridade e desrespeito fazia com que os de menor patente, em maior número, contivesse os superiores. Juntos, queriam ouvir o triunfo daquelas palavras verdadeiras. Uns dos cabos que liderava a adesão ao major, após um pequeno borburinho, interrompeu a fala do superior e continuou seus agradecimentos. É meu comandante, não saberemos o que irá nos acontecer depois desse momento, quem sabe seremos sacrificados em nossos quartéis ou mandados para fronteiras ainda mais longínquas. Entretanto, não podemos deixar de compor a verdade neste momento. Viemos para aqui com o objetivo de fechar a fronteira para o tráfico de drogas e armas. Porém o senhor logo negociou com traficantes de ambos os artigos, além de entregar armamento do nosso exército para que paramilitares colombianos continuassem o sufrágio ao seu próprio povo. E isso não foi pouco, você... quer dizer , o senhor, além de promover verdadeiros bacanais pederastas, fazendo com que baixas patentes fossem submissos a vossa ferocidade sexual, ainda mandou matar alguns nativos que sabiam do envolvimento de sua pica com as índias da aldeia. Fora sua mesquinharia, arrogância e falta de tato nas ordens. Ficou seis meses dando ordens e não dando qualquer exemplo, é um chefe de merda e agora será eleito pelo governo à ministro do exército e na capital irá promover iguais desigualdades, iguais sacanagens. É meu dever, quer dizer, nosso dever, resguardar nossa nação de tão odioso exemplo de ser humano. Entretanto, como não somos de sua laia, não iremos mandar que corra para que atiremos em suas costas, muito menos vendaremos seus olhos e rompiremos seu crânio com balas. Não, não iremos usar os seus métodos infalíveis, aos quais fomos apresentados e iniciados. Simplesmente nunca chegara à capital para a posse. Irá escrever e assinar uma carta ao presidente onde renuncia a indicação e além disso, admite nas letras a infidelidade com a pátria, o favorecimento pessoal com o cargo e a intenção de punir injustamente por insubordinação aqueles que não queriam ser seus escravos. Porém, olhou o cabo na direção daqueles que tinham o general em seu poder, é uma pena meus companheiros não pensarem assim. Gutierres, Navarro, de Oliveira, eram os que estavam com o comandante em mãos, multilem esse monte de merda e entregue aos canibais, Armando, diga ao chefe dos nativos que foi este ai mesmo quem sumiu com a flha dele e que o menino nascido com rosto estranho, é sim, filho deste imbecil...
Meia volta volver!

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